21 de jun. de 2010

O que me nutre

Andava sumida porque algo faltava. Ainda falta, tentando, de alguma forma, sair. Tudo na vida parece ser de repente e já sei que passado e futuro não existem. Só memórias que podem nos enganar. Meu cérebro está cheio de dados. A boa notícia é que ando exercendo mais minha presença, minhas relações com o outro e a natureza. Sou fruto de cultura, minha interioridade está cheia e eu cheia disso tudo.Como fico feliz em respirar, me sentir e estar. Já compreendi que estou em processo, não sou estagnada e já aceito a impermanência das coisas. Já abri o livro do perspectivismo e sinto que estou mais solta. Sem muita convicção, sem deus e sem pai. Que alívio não ter que lidar com coisas que não entendo, que querem fazer parte de mim a todo custo. Rejeito a força que tenta me moldar. Deixe eu sentir as coisas do meu jeito tão singular. Não quero mais ler jornais e nem livros que me esvaziam. Não quero mais estar com pessoas entediadas, rígidas e paralisantes. Quero compartilhar minhas partes com outras partes diferentes de mim, que somem e não diminuam. Gosto mesmo é de alegria a meu redor e, ela, pode até ser silenciosa.
Marisa Speranza